domingo, 12 de abril de 2015

Amigos de Verdade, são pra sempre.




   
  O ser humano evolui, a cada dia. Já tive, desde as primeiras relações sociais da minha vida, pessoas cujas presença significavam muito pra mim. Eram imprescindíveis. Sentia falta delas. A cada fim de ano na escola, desde as séries iniciais, ficava arrasada a cada colega querido que trocava de turma ou de escola, e a cada professora que eu "perdia".
  Sofri muito quando, aos 11 anos de idade, mudei com minha família pra outra cidade. Tinha saudades dos meus antigos amigos, da minha antiga escola. Sofri, da mesma forma, quando voltamos a morar no mesmo endereço, um ano depois. Agora, sentia falta dos novos laços de amizade que criei durante aquele ano em que morei na nova cidade. Mais uma vez, precisei me adaptar. Mas o fato de estar longe, não diminuiu meu carinho, minha ternura, minha saudade. 
  Quem de nós, no decorrer da vida, já não teve vários "melhores amigos"? E por que deixaram de sê-lo? E por que nós deixamos de sê-lo? 
  Podemos ter tido, sim, falsos amigos. Certamente, todos os tivemos. E estes, nos favorecem ao se retirarem do nosso convívio. Porém, existem aquelas pessoas maravilhosas, de cuja confiança e apreço não temos dúvida alguma. E, no entanto, já não fazem parte do nosso convívio diário. Foram super importantes em nossas vidas ontem. Mas foram, aos poucos, sendo substituídas por novas pessoas. 
  Mas o que somos, então? Pessoas ingratas, que não sabem valorizar as verdadeiras amizades?
   Não. Somos seres humanos, em constante evolução. Seres que passam por mudanças de toda ordem, e precisam se adaptar. Mudança de escola, de trabalho, de cidade... Relacionamentos amorosos que se encerram e dão espaço a novos relacionamentos. São vários ciclos que se encerram, que se renovam, dos quais não podemos fugir.
  No decorrer da caminhada, muitos vão e vêm. O ciclo de amizades se amplia. Porém, nossos dias seguem tendo apenas vinte e quatro horas. Já não é possível conciliar as tantas novas pessoas com as tantas outras velhas pessoas das nossas vidas. Os contatos vão diminuindo, se perdendo. 
   Entretanto, isso não significa, em absoluto, que eu não tenha me dedicado e realmente amado todos os amigos de verdade que passaram pela minha vida. Cada um deles, de alguma forma, me fez evoluir em alguma coisa. Deixaram marcas em mim. E sei que deixei marcas em suas vidas também.
   Da mesma forma que amei cada um deles, sei que eles me amaram. Porque eu pude sentir o amor deles. Nós nos precisamos, nos ajudamos, choramos e sorrimos. Juntos. E foi de verdade. 
   Sinto saudades. Saudades de tempos que já se foram. De pessoas que não vejo mais. Mas que sou grata por terem passado pela minha vida. Por terem contribuído com meu crescimento.
   Hoje, um pouco mais experiente, consigo identificar momentos que são especiais, pessoas que são especiais. Então, vivo essas pessoas intensamente. Me dedico. Pois sei que o tempo passa e tudo muda. E isso, que me faz tão bem no hoje, um dia se torna uma lembrança distante.  E deixa saudades. Se eu também deixar saudades, significa que a recíproca foi verdadeira. 
   Quando percebo a distância chegando, já não me culpo como em outros tempos. Não questiono. Já posso compreender que a vida segue seus ciclos. Mudando. Evoluindo. Crescendo.
    Então, meus caros amigos, quando a distância se interpuser entre nós, não pensem que meu amor por vocês não foi sincero, ou que não tiveram real importância na minha vida. Tiveram, sim! E sou grata a cada um de vocês, por terem feito parte dessa imensa colcha de retalhos que é a minha existência.
   E amigo que é amigo, jamais deixa de sê-lo. Quem tiver maturidade para compreender as mudanças às quais a vida nos submete, quem conseguir transpor as dificuldades de se adaptar à distância e à saudade, sai ganhando. (Sometimes, when you lose, you win.) Pois quem foi amigo de verdade um dia, não importa quanto tempo se passe, sabe que pode contar com o outro. Afinal, amigos de verdade, são pra sempre.