quinta-feira, 5 de novembro de 2015



                    A Minha Busca da Felicidade


       Certa vez, minha mãe me disse que não existe felicidade: apenas momentos felizes. Que a felicidade é uma ilusão, um sonho. Lembro bem dessa ocasião. Naquele momento, eu estava mudando minha vida drasticamente. Adivinhem...em busca da felicidade que ainda não tinha encontrado.
        Se a felicidade existia ou não, eu ainda tinha que descobrir. Mas a infelicidade...ah, essa eu conhecia de perto. Já havia concluído que a vida, de fato, não valia à pena. Mas um anjo passou por mim naqueles dias de luta. Ele conseguiu ler a minha alma. E as lágrimas que brotavam sem parar daqueles olhos, me fizeram recuar e acabaram por me convencer de que sempre há um novo caminho a seguir. Sim, um novo caminho. Minha decisão foi tomada ali, naquele instante. Se era pra viver, que fosse tentando ser feliz. 
             Tracei o caminho imaginário e segui sem hesitar. Não estava bem certa do que iria encontrar pela frente. Mas tinha absoluta certeza de que ficar estagnada onde me encontrava...jamais me faria feliz. 
        Quando decidi mudar meu destino, deixei pra trás muitas pessoas infelizes, insatisfeitas com a minha decisão. Pessoas que se importavam muito comigo, que queriam meu bem, mas que jamais conseguiram compreender o que ia de fato dentro de mim. Achavam que sabiam como eu me sentia quando, na verdade, tinham acesso apenas àquilo que eu deixava transparecer. Eis que aprendi mais uma lição: às vezes, precisamos escolher entre sermos felizes ou fazermos as outras pessoas felizes. Naquele momento, eu escolhi a mim. E não dei a absolutamente ninguém, o direito de me desviar do meu objetivo.
          Ainda que não fosse feliz no novo caminho escolhido, ao menos eu tentara sair daquilo que me fazia infeliz. Tive a coragem de recomeçar, praticamente do nada. O material, ficou pra trás. E confesso que jamais senti sequer uma pontinha de arrependimento por ter agido de tal forma. O que eu precisava, não era TER. Antes de tudo, eu precisava SER. 
            Sete anos se passaram. E durante esse tempo, vivi grandes conquistas e grandes derrotas. Estive entre sorrisos e lágrimas, entre amores e ódios, entre alegrias e desesperos... Fui passando cada vez mais tempo comigo mesma, tentando me conhecer melhor. As árduas batalhas foram me fazendo mais forte. E todas as vezes em que caí, tornei a levantar. Eu cresci. Amadureci. Evoluí meus pensamentos e meus sentimentos. Fosse como fosse, a vida valia à pena. Eu recomeçaria quantas vezes fossem necessárias, até o fim.
          Recentemente, me deparei com um daqueles momentos na vida em que, por mais que se queira algo com todas as forças do ser, e por mais que se lute com toda a garra que se tem...simplesmente não acontece. E quando é assim, já me convenci de que "não era pra ser". Nesses casos, não me resta nada além de jogar a toalha. E quando não havia nada mais que eu pudesse fazer... já era hora de recomeçar, mais uma vez.
       
           Acredito que cada indivíduo tem sua forma de ser feliz. Alguns precisam de uma rotina, de conforto, de uma casa boa pra viver, de um emprego estável, ou do carro do ano. Alguns só são felizes perto da família, enquanto outros preferem construir suas próprias famílias. Alguns se sentem plenos apenas vivendo de acordo com o que acreditam ser as escrituras divinas, enquanto outros simplesmente negam a existência de Deus. Há quem se realize através de seus filhos e há quem não os queira ter. E cada um tem a justificativa exata para escolher isto ou aquilo. Porque cada pessoa tem sua própria vivência, seus próprios valores e o direito de viver de acordo com eles.
          O mais difícil de tudo, em muitos casos, é aceitar a escolha do outro quando esta difere da nossa própria escolha. Isso porque muitos julgam ser correta apenas a sua forma de pensar. Como se a vida fosse uma prova de vestibular, onde só se pode marcar "a alternativa tal". Quaisquer divergências serão sumariamente consideradas erros. Daí que surge a intolerância, o preconceito e todas as formas de desrespeito que estamos tão acostumados a ver.
             Não sou uma pessoa ruim, apenas por não me enquadrar nos padrões da maioria. Tenho o direito de pensar e sentir diferente e, acima de tudo, a liberdade de agir de viver de acordo com os meus próprios valores. E não ajo desta ou daquela forma com o intuito de magoar alguém. Minhas ações tem a ver comigo, apenas. São as minhas escolhas. Tenho direito legítimo a elas.
           A minha plenitude está em desbravar o mundo e conhecer o novo. Novos lugares (mesmo que pareçam distantes), novos conhecimentos (mesmo que pareçam inúteis), novas vivências (mesmo que pareçam bobagens). Não há limites para a minha busca da felicidade. Por mais árduas que sejam as batalhas, fazem minha vida valer à pena. Sem elas, não há derrota, mas também não há vitória. Serei feliz... apenas enquanto me sentir viva.

                


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