segunda-feira, 28 de abril de 2008

Amigos... (Será?)

Logo que comecei a escrever aqui, falei dos amigos que eu queria que fossem pra vida toda, mas que eu estava perdendo. Talvez os amigos até permaneçam. Mas já não são os mesmos, definitivamente.
Durante todo esse tempo, cobrei a presença deles na minha vida. Fui atrás, lutei por eles. Mas eles não lutaram por mim. Deixaram o tempo passar, apesar dos inúmeros pedidos que fiz, para que não me deixassem acostumar com a ausência deles. Em vão. Chorei por eles, senti saudade, doeu muito.
Hoje, eles sabem que a amizade está acabando. Ou que já acabou. Lamentam, mas não têm atitude suficiente pra reverter o quadro. Será que falta coragem? Será que falta tempo? Ou será que não vale a pena? Muitas perguntas. Nenhuma resposta.
O tempo vai se encarregar de tudo. De curar as feridas, de aliviar a dor, de tornar a distância algo normal. E nos tornaremos meros conhecidos. Fechando assim, mais um ciclo de amizade. Restarão apenas as boas lembranças de anos de cumplicidade total, ou dos meses de convívio intenso. Em ambos os casos, a amizade estará acabada.
"...Hoje é o primeiro dia
Do resto dos nossos dias e
Eu ainda espero por você
Entre e feche a porta
Tente me entender
Acalme-se pois você vai ver
Eu posso te olhar
Também posso te tocar
Mas não com o coração
A vida é assim
Eu tenho que me acostumar.
Os dias irão surgir
O sol irá brilhar aqui..." (Reação em Cadeia - Neurose)

domingo, 27 de abril de 2008

A Viagem - parte II

Hoje, não estou voltando da capital gaúcha. Hoje, o retorno é, talvez, da nova capital do meu coração, que partiu de volta pra casa já cheio de saudade...
Por estar me sentindo literalmente um leão enjaulado, sem ar pra respirar, decidi fugir em busca de um pouco de paz. Como meu guia, mais uma vez, minha amiga Rackel Roll. Ela lê minha alma, sabe exatamente do que eu preciso pra ficar bem, e tem feito com que eu fique, sempre que tem oportunidade pra isso.
Quando constatei que já não pertenço ao meu mundo, ela me levou pra conhecer o dela. E me fez sentir muito mais em casa lá, do que tenho conseguido me sentir aqui.
Na sexta feira, estava me sentindo tão só, mas tão só, que só conseguia pensar em sair. Pra onde? Bom, isso eu não sabia. Mas era tarde da noite, eu estava só, sem ninguém com quem pudesse falar. Às vezes me pergunto por que tenho essa necessidade vital de falar com alguém. E me pergunto também por que, nesses momentos mais críticos, nunca há ninguém por perto... Bom, eu decidi não sair. Ouvi um pouco de música, chorei a minha solidão, sozinha. Depois adormeci, lembrando que quando amanhecesse, eu estaria muito perto de sair daqui.
Tudo bem, era preciso encarar a faculdade primeiro. Mas fui valente, e permaneci pelo tempo que foi necessário, até que estivesse livre pra pegar a estrada. A viagem foi tranquila, nem a chuva quis me cansar. O vento batendo no rosto, novo ar pra respirar, sensação de liberdade.
O que era pra ser um fim de semana de paz total, foi muito além disso. Conheci pessoas muito especiais. Descobri a origem de toda essa nobreza de espírito da Rackel. Toda a família dela é assim, exatamente como ela. Todos gentis, atenciosos, educados, bem humorados, amantes da música e extremamente inteligentes.
Conversas informais, descontraídas, mas sempre com muito conteúdo. Aprendi muito, sobre muitos assuntos. É simplesmente maravilhoso ter com quem falar, trocar idéias, opiniões. Foi muito bom. E quem diria que eu ia voltar super interessada na etimologia das palavras e dos nomes próprios... Isso tudo, sem contar o carinho inominável do Rei Arthur.
Quando chegou a hora, eu nem queria voltar pra casa. Mas três dias passam rápido... e logo estarei de volta.
A todas as pessoas especiais com quem pude conviver nestes dois dias, eu agradeço. De coração. Foi uma honra indescritível poder conhecê-los.
And for you, my dear Rackel Roll, I have no words... You're simply the best! Trully Maddly Deeply... Thank you, dear. For everything.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Viagem - parte I

Sempre tive medo daquilo que me é estranho. Na verdade, penso que todas as pessoas têm um pouco disso. O medo do desconhecido faz parte da minha história. Imaginei que fosse coisa de criança, que fosse passar com o tempo, mas descobri que vai me acompanhar por toda a vida.
Nunca gostei de cidades grandes, muita gente, muitos carros, muito barulho... Isso me passava uma insegurança enorme, e me fazia ver as grandes cidades como imensos labirintos, onde eu fatalmente estaria perdida...
Mas a viagem a Porto Alegre no fim de semana, me fez ver tudo com outros olhos. Pra começar, estava muitíssimo bem acompanhada, pela minha amiga Rackell. O fato de ir com ela, já me encorajou muito. Menina descolada, cidadã do mundo. Me fez sentir super segura.
O que mais me impressionou, no entanto, foi ter encontrado tamanha paz dentro do labirinto. Conhecer pessoas essencialmente boas, de aura positiva, com as portas totalmente abertas pra me receber. Pessoas que eu jamais havia visto, que nada sabiam a meu respeito, mas que permitiram a minha pesença em seu lar, como se eu fosse uma velha conhecida. Me fizeram sentir em casa, literalmente.
Viagem perfeita, em todos os sentidos. Muitos papos, boa música (ao vivo!), e muitas novas composições musicais, inspiradas por uma grande viagem espiritual... Viajei, no mais profundo sentido da palavra. Saí de mim mesma, pude olhar o mundo à minha volta, e sorrir. Olhei pra mim mesma, e constatei o que há muito já tinha percebido.
Estou mudando, evoluindo. Meus ferimentos recentes estão cicatrizando, e é hora de ir em frente. Ainda não conheço os resultados da prova que me levou à POA. Mas independente de ser positivo ou não, afirmo, sem a menor sombra de dúvidas, que valeu à pena.
Valeu à pena a paz que senti, e pela sensação de liberdade que tive, andando só pelas ruas da capital. Pelos lugares que conheci, pelas pessoas que me acolheram tão carinhosamente, pela companhia incrível da Rackell. Por todas as risadas, pela música perfeita, pela foto do CHE, e por todas as lembranças de uma aventura que certamente ficará na memória.
O labirinto que antes me parecia tão assustador, se transformou em refúgio, pra onde pretendo retornar, toda vez que precisar estar com pessoas maravilhosas, ou a sós comigo mesma.
Aos que me acolheram, agradeço pelo carinho. À minha amiga Rackell, agradeço por ter me proporcionado um fim de semana de aventura, em total segurança. Agradeço todo o incentivo para que eu fizesse o concurso, e por ter me dado toda a estrutura que tornou possível a realização da prova. Obrigada, cabeçona! E, a ti, minha inspiração, afirmo que estarei de volta, tão logo seja possível. E que sentirei saudade...